As grandes ideias não surgem do nada. Pessoas provocam mudanças.
Estão curiosos para descobrir os bastidores da Arquitetas Nômades?
Hoje vamos falar das duas pessoas que sonharam juntas em democratizar a arquitetura e idealizaram essa iniciativa.

A Amanda Carvalho é dinâmica, criativa, sempre em busca de novas experiências e desafios. Entusiasta por empreendedorismo, tecnologia, gestão de negócios, arquitetura e gerenciamento, marketing e ambientes colaborativos de aprendizado. É apaixonada pela diversidade cultural e pela possibilidade de impactar a vida de milhares de pessoas.

A Camila Leal é persistente, dedicada e muito curiosa. É apaixonada por sua profissão e acredita no poder de transformação social que há na arquitetura. Motivo pelo qual decidiu buscar as possibilidades do empreendedorismo social.

Amanda e Camila se conheceram em uma sala de aula da faculdade, lá em 2009. Cursaram juntas Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Antes de ingressarem na faculdade, nem imaginavam que um dia poderiam sair do país. Imagine só estudar no exterior? Ambas fizeram intercâmbio acadêmico na Dessau International Architecture - Hochschule Anhalt, na Alemanha, porém em épocas diferentes. Essa experiência foi uma quebra de paradigmas. Durante esse período, Camila conheceu grandes conjuntos habitacionais modernistas o que despertou ainda mais seu interesse pelo o tema da habitação de interesse social.

Desde o primeiro período estiveram juntas virando noites estudando para prova de cálculo ou fazendo maratonas de projeto. Um hábito nada saudável, né? Convenhamos! Mas as duas sobreviveram à faculdade e tomaram rumos distintos ao final dela.

Em 2014, Amanda partiu para realizar seu estágio final na Suíça pelo IAESTE, em uma grande empresa européia de arquitetura e planejamento urbano, a Burckhardt + Partner. Enquanto isso a Camila estava na reta final da faculdade e assim que se formou, o fato de não ter certeza sobre como seriam seus próximos anos, a deixou ansiosa e confusa, como se a vida fosse uma sopa de letrinhas embaralhadas.

Amanda voltou pra sua cidade natal, São João Del Rei- MG, de onde terminou à distância seu trabalho de conclusão de curso, o qual foi premiado pelo concurso da Prezi como melhor tese da América Latina, Espanha e Portugal. Com 15375 votos, percebeu seu poder de mobilização social e o prêmio, uma viagem ao Vale do Silício, possibilitou conhecer grandes empresas de tecnologia e ter contato com a cultura de trabalho inspiradora do Vale.

Camila já havia terminado a graduação e estava trabalhando na Paraíba como arquiteta no escritório Thaís Figueiredo Arquitetura e Gerenciamento em João Pessoa, onde trabalhou com projetos e gerenciamento. No Nordeste vivenciou uma realidade cultural peculiar e díspar, um outro Brasil, pelo qual tem muita admiração. Mas chegou a hora de partir em busca das suas inquietações. Decidiu que queria morar e trabalhar em São Paulo, cidade a qual admira pelas diversas oportunidades que oferece, tanto profissionais quanto culturais. Mas enquanto isso não acontecia, voltou para sua casa em Iturama - MG e começou a trabalhar como arquiteta autônoma com projetos residenciais e comerciais, além de acompanhamento de obras.

Mais ou menos na mesma época Amanda retornava da curta viagem ao Vale e já estava trabalhando há 6 meses como arquiteta no ramo de projetos para varejo na JP Projetos Arquitetura e Gerenciamento (Niterói - RJ), mas sentiu-se incomodada com seu papel profissional pois não enxergava propósito no que fazia.

Nesse momento iniciaram as primeiras discussões sobre “como democratizar a arquitetura”, seguidas por processo de coaching, programas de liderança, carreira, empreendedorismo e impacto social da Fundação Estudar. A partir dessa busca intensa por conectarem consigo mesmas compreenderam que escolhas vêm acompanhadas de renúncias.

Isso culminou com o pedido de demissão da Amanda, após um ano no regime CLT, para seguir um novo rumo. Dentre suas várias buscas,  o lançamento da primeira versão da Arquitetas Nômades (escritório virtual) e o aprofundamento em marketing digital, área com a qual se identificava e que acreditava ser essencial para o negócio naquele momento. Foi assim que realizou intercâmbio profissional voluntário pelo programa empreendedor global da AIESEC em Bogotá, Colômbia. A escolha por um país da América Latina dessa vez se deu pela semelhança cultural com o Brasil. Findados os 2 meses e meio, retornou para São João Del Rei com a certeza de que o negócio precisava ser completamente reestruturado.

Foi quando a iniciativa foi selecionada para o laboratório de desenvolvimento de negócios de impacto social da Social Good Brasil.  As duas já não se viam fazia três anos quando se reencontraram nesse laboratório, mas a distância nunca foi empecilho para tudo o que fizeram até hoje, inclusive é a essência da Arquitetas Nômades. Entenderam o nome agora, não é mesmo? Em paralelo aos projetos que realizava, Camila começou a revender semi jóias para aumentar sua renda e conseguir recursos para participar dos encontros presenciais em Florianópolis onde cresceu e aprendeu muito, voltou mais segura e começou delinear novas possibilidades que poderiam acontecer. As escolhas então, foram consequências das suas buscas.  Entre desafios, mentorias e idas a Floripa para aprendizado da metodologia e acompanhamento, Amanda concluiu o curso de mestre de obras e veio gerenciando sua pousada.

Além disso, Amanda também trabalha como arquiteta autônoma e dedica a maior parte do seu tempo à Arquitetas Nômades, sendo responsável pelas parcerias locais, levantamento de mão de obra, triagem das famílias atendidas, arrecadação de fundos e materiais, marketing e divulgação, acompanhamento das obras, assistência técnica, recebimentos e pagamentos, palestras e reuniões com a equipe e colaboradores.

Camila abdicou do sonho antigo de morar e trabalhar em São Paulo para ter um tempo mais flexível e lutar em prol da iniciativa de impacto social, o que culminou com a abertura do escritório próprio de arquitetura: Camila Leal - Arquitetos Associados, em sua cidade. Hoje intercala as atividades do escritório de arquitetura com as atividades da Arquitetas Nômades, para a qual deseja, no futuro, dedicar-se em tempo integral .

As escolhas que fazemos definem o que vamos fazer, quem vamos ser, onde vamos chegar. Trabalhar com propósito é acreditar que somos capazes de cumprir nosso papel para uma sociedade mais inclusiva.

 

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